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Programa

Para esta edição 2013 dos Diabos à Solta em Amarante está preparado um cortejo diversificado encabeçado pela Banda da Música, carros de bois com o Diabo e a Diaba, personagens à Moda Antiga mascarados de diabos, diabas, diabretes e os Caretos, seguido de todos os grupos e voluntários que aderirem a esta iniciativa.

No primeiro espaço cénico, através de uma sucessão de acontecimentos pretende-se recriar o saque de Amarante pelas invasões francesas: o saque dos diabos da Sacristia do Convento Dominicano de São Gonçalo, os soldados do General Loison com as vestes sacerdotais, o deboche e a queima dos diabos.

Simultaneamente com o início do cortejo, no Largo de S. Gonçalo estarão duas estátuas vivas, a do Sr. Sandeman e a do Dr. Lago Cerqueira, que juntos com toda a ambientação e criação estética irão sugerir o resgate do Diabo e da Diaba por parte do então Ministro dos Negócios Estrangeiros.

O cortejo terminará no Parque do Ribeirinho, local onde decorrerá o espectáculo final. Este espectáculo de acrobacia aérea, interacção teatral, malabares de fogo e pirotecnia é inspirado nas crónicas sobre a epopeia de Vasco da Gama e na dificuldade que existiu durante muitos anos na compreensão da religiosidade Indiana como sendo alheia à mundividência cristã.

Para os portugueses aqueles que não fossem muçulmanos seriam necessariamente cristãos ainda que assumissem um carácter herético.

Sabe-se através da crónicas que rapidamente os portugueses tentaram estabelecer analogias entre os seus santos cristãos e as figuras de vários braços que se posicionavam nos altares dos templos indianos. A Deusa hindu Kali, a Negra, é a verdadeira representação da natureza e é também considerada a Deusa da morte e da sexualidade. Kali é a "esposa" do Deus Shiva. Aliados ao imaginário social e numa projecção fantástica nasce a história de Kali e Shiva, cuja apocalíptica saga de amor os metamorfaseou como seres diabólicos aos nossos incrédulos olhos europeus. Vistos como diabos pelos cristãos, estes deuses foram aprisionados em estátuas e levados numa Nau até ao Reino de Portugal, vindo a desaguar mais tarde, no rio Tâmega por baixo da ponte de Amarante.