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História do Projeto

Reza a História que até ao ano de 1809 a sacristia do Convento de S. Gonçalo albergava um casal de mafarricos oriundos do Averno, que apesar da sua origem granjeavam de larga simpatia por parte dos monges, que se serviam deles para atemorizar os confessandos. Com caracteres sexuais bem vincados e de aspecto pagão, crêse que foram trazidos das longínquas paragens do Império. Quando nesse ano as tropas francesas invadiram Amarante, os soldados de Loison desfilaram as figuras pelas ruas vestidos com as vestes sacerdotais, depois queimaramnos. Expulsos os franceses, os frades dominicanos desgostosos com o sucedido encomendam a um artesão da Vila duas réplicas o mais fiel possível. Ao longo dos anos várias foram as personalidades, incluindo o Rei D. Pedro V, que ordenaram a retirada de tais figuras do Convento e até a sua queimada.

Mais tarde aparece um inglês, de seu nome Albert Sandeman, que após várias tentativas consegue levar os diabos até Londres. Aí fizeram furor, pois por aquelas bandas jamais se tinha visto uma “diaba”. Em 1889, participaram na Exposição Universal de Paris e percorreram o salão de vinhos.

É com o Dr. Lago Cerqueira, Ministro dos Negócios Estrangeiros da altura, que se chega a acordo com o cavalheiro inglês para que este devolva as figuras.

De barco até Leixões, de carro até à estação de Campanhã e de carruagem especial até à Livração, onde os diabos receberam a primeira multidão, foram de seguida transferidos para a linha do Tâmega, chegando a Amarante. À chegada foram recebidos pela Banda de Música, entidades públicas, particulares e por toda a população. Desfilaram, juntamente com os jovens mascarados que saltavam que nem diabos, pelas ruas da Vila em cima de duas juntas de bois engalanadas com um manto vermelho ao som de “Aí vêm os diabos! Lá vêm eles”.

O diabo e a diaba ainda gozam de uma certa veneração por parte do povo, ficando o 24 de Agosto como o dia em que “o diabo anda à solta”.

Estas figuras encontramse actualmente expostas no Museu Amadeo de SouzaCardoso em Amarante.

 

Resumo in “Diabo e Diaba de Amarante” C.M. Amarante - 2005